O Judô olímpico tem raízes nas artes marciais japonesas, e foi desenvolvido no final do século XIX pelo professor Jigoro Kano. Kano percebeu que muitas das técnicas de artes marciais do Japão estavam se tornando obsoletas para fins de guerra, e que essas técnicas poderiam ser utilizadas de outras formas.
Ele acreditava que o treinamento físico e mental envolvido no Judô poderia ser benéfico para as pessoas de todas as idades e níveis de habilidade, e que o esporte poderia ser usado para moldar o caráter e promover a saúde.
O objetivo do Judô era ensinar aos praticantes como usar a força e a técnica para derrubar um oponente, em vez de simplesmente vencê-lo com a força bruta. Kano enfatizou a importância do respeito pelos oponentes e pelos professores, bem como a importância de aprender a disciplina, o autocontrole e a humildade.
O Judô rapidamente se tornou popular no Japão, e em pouco tempo, as competições de Judô se espalharam por todo o país. Kano fundou a Kodokan, uma escola de Judô em Tóquio, que se tornou o centro do Judô no mundo.
A partir daí, o Judô começou a se expandir para outros países, e hoje é praticado em todo o mundo. O esporte evoluiu ao longo do tempo, com a introdução de novas técnicas e regras, e hoje é um esporte altamente competitivo que requer muito treinamento e habilidade.
Além disso, o Judô é ensinado em muitas escolas e academias no Brasil e no mundo, tornando-se acessível a pessoas de todas as idades e níveis de habilidade. O esporte é valorizado não apenas pelo aspecto competitivo, mas também pelo desenvolvimento pessoal e social que ele proporciona aos praticantes.
Como o Judô se tornou esporte olímpico?
A jornada rumo ao estatuto olímpico do Judô começou com a fundação da Federação Internacional de Judô (IJF) em 1951. A IJF foi criada com o objetivo de promover e desenvolver o Judô em todo o mundo. Através de um trabalho árduo e um crescente número de praticantes, o Judô começou a ganhar reconhecimento como uma disciplina esportiva de destaque.
O primeiro passo para a inclusão do Judô nos Jogos Olímpicos foi a sua apresentação como um esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964. Essa participação permitiu que o Judô mostrasse seu potencial como uma modalidade empolgante, com suas técnicas de projeção, estrangulamentos e imobilizações impressionando os espectadores.
A partir desse momento, o Judô começou a ser considerado como um possível esporte oficial nos Jogos Olímpicos. O processo culminou na decisão histórica tomada pelo COI em 1980, durante a 83ª Sessão em Moscou, de incluir o Judô como um esporte olímpico oficial a partir dos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.
Se você leu o artigo “História do Judô – Grande mestre Jigoro Kano” sabe que Infelizmente Jigoro Kano, apesar de toda a sua contribuição para o Comitê Olímpico Internacional (COI), não chegou a ver o Judô nas olimpíadas.
Mesmo assim, essa conquista foi resultado do trabalho incansável da Federação Internacional de Judô e dos seus membros, que se empenharam em promover o esporte em todo o mundo. Além disso, a crescente popularidade do Judô, a sua rica tradição e o espírito desportivo e respeito inerentes ao esporte contribuíram para sua aceitação no cenário olímpico.
Desde então, o Judô tem sido um dos destaques dos Jogos Olímpicos, atraindo a atenção de milhões de espectadores e inspirando gerações de atletas. A inclusão do Judô como esporte olímpico trouxe visibilidade, prestígio e novas oportunidades para a modalidade, impulsionando seu crescimento e desenvolvimento em todo o mundo.
Hoje, o Judô é considerado um dos pilares do programa olímpico, com atletas de diferentes países competindo em busca de medalhas e representando os valores de respeito, disciplina, coragem e amizade que o esporte representa.
Como o Judô brasileiro se tornou uma potência olímpica?
O Judô brasileiro começou a ganhar destaque internacionalmente nas décadas de 1960 e 1970, quando na olimpíada de Munique Chiaki Ishii, japonês naturalizado brasileiro, recebeu a medalha de bronze. No entanto, foi a partir dos anos 1980 que o país se firmou como potência olímpica nesse esporte. Em 1984, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, o judoca brasileiro Douglas Vieira conquistou um bronze na categoria meio-médio.
A consagração veio em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, quando o judoca Aurélio Miguel conquistou o primeiro ouro olímpico para o Brasil na categoria pesado. Essa vitória histórica marcou um ponto de virada para o Judô brasileiro, impulsionando ainda mais o esporte no país.
Nas décadas seguintes, o Judô brasileiro manteve-se em constante evolução, com a formação de talentos e a conquista de resultados expressivos. Atletas como Rogério Sampaio, Henrique Guimarães, João Derly e Leandro Guilheiro se destacaram em competições internacionais, conquistando títulos mundiais e medalhas olímpicas.
Tivemos também Flávio Canto, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. Canto se tornou uma referência no esporte e, após encerrar sua carreira como atleta, fundou junto com seu técnico Geraldo Bernardes o Instituto Reação, uma organização que busca promover o desenvolvimento humano e integração social por meio do esporte e da educação.
Outro judoca brasileiro de destaque foi Tiago Camilo, medalhista olímpico e mundial em diferentes categorias.
No Judô feminino, destacam-se Sarah Menezes, Mayra Aguiar e Rafaela Silva. Sarah Menezes conquistou o primeiro ouro olímpico feminino para o Brasil em 2012, na categoria ligeiro. Mayra Aguiar, por sua vez, é uma das atletas mais vitoriosas do país, com três medalhas olímpicas em sua carreira. Rafaela Silva, revelada pelo instituto Reação, conquistou um glorioso ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, na categoria meio-leve.
Diversos outros nomes não citados contribuíram para o Judô como esporte olímpico, e muitos novos nomes chegam como promessas de vitórias futuras.
Quantas medalhas tem o Judô Olímpico brasileiro?
O Brasil conquistou um total de 24 medalhas olímpicas de judô em sua história, sendo 4 de ouro, 3 de prata e 17 de bronze, até as olimpíadas de Tóquio, conforme tabela abaixo:
Edição dos Jogos Olímpicos | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Tóquio 1964 | – | – | – | – |
Cidade do México 1968 | – | – | – | – |
Munique 1972 | – | – | 1 | 1 |
Montreal 1976 | – | – | – | – |
Moscou 1980 | – | – | – | – |
Los Angeles 1984 | – | 1 | 2 | 3 |
Seul 1988 | 1 | – | – | 1 |
Barcelona 1992 | 1 | – | – | 1 |
Atlanta 1996 | – | – | 2 | 2 |
Sydney 2000 | – | 2 | – | 2 |
Atenas 2004 | – | – | 2 | 2 |
Pequim 2008 | – | – | 3 | 3 |
Londres 2012 | 1 | – | 3 | 4 |
Rio de Janeiro 2016 | 1 | – | 2 | 3 |
Tóquio 2020 | – | – | 2 | 2 |
Total | 4 | 3 | 17 | 24 |
Quais são os principais judocas brasileiro?
Década | Atleta | Olimpíadas | Mundiais Sênior | ||||
Ouro | Prata | Bronze | Ouro | Prata | Bronze | ||
2020 | Mayra Aguiar | – | – | 1 | 1 | – | – |
Daniel Cargnin | – | – | 1 | – | – | 1 | |
Rafaela Silva | – | – | – | 1 | – | – | |
Beatriz Souza | – | – | – | – | 1 | 1 | |
Maria Suelen Altheman | – | – | – | – | – | 1 | |
2010 | Sarah Menezes | 1 | – | – | – | – | – |
Mayra Aguiar | – | – | 2 | 2 | 2 | 3 | |
Rafael Silva | – | – | 2 | – | 1 | 2 | |
Felipe Kitadai | – | – | 1 | – | – | – | |
Rafaela Silva | – | – | – | 1 | 1 | 2 | |
Leandro Cunha | – | – | – | – | 2 | – | |
Maria Suelen Altheman | – | – | – | – | 2 | – | |
Érika Miranda | – | – | – | – | 1 | 4 | |
Leandro Guilheiro | – | – | – | – | 1 | 1 | |
David Moura | – | – | – | – | 1 | – | |
Sarah Menezes | – | – | – | – | – | 3 | |
Victor Penalber | – | – | – | – | – | 1 | |
2000 | Tiago Camilo | – | 1 | 1 | 1 | – | – |
Carlos Honorato | – | 1 | – | – | – | 1 | |
Leandro Guilheiro | – | – | 2 | – | – | – | |
Flávio Canto | – | – | 1 | – | – | – | |
Ketleyn Quadros | – | – | 1 | – | – | – | |
João Derly | – | – | – | 2 | – | – | |
Luciano Corrêa | – | – | – | 1 | – | 1 | |
Mario Sabino | – | – | – | – | – | 1 | |
Edinanci Silva | – | – | – | – | – | 1 | |
João Gabriel Schilittler | – | – | – | – | – | 1 | |
1990 | Rogério Sampaio | 1 | – | – | – | – | 1 |
Aurélio Miguel | – | – | 1 | – | 2 | – | |
Henrique Guimarães | – | – | 1 | – | – | – | |
Danielle Zangrando | – | – | – | – | – | 1 | |
Edinanci Silva | – | – | – | – | – | 1 | |
Fúlvio Myata | – | – | – | – | – | 1 | |
Sebastian Pereira | – | – | – | – | – | 1 | |
1980 | Aurélio Miguel | 1 | – | – | – | – | 1 |
Douglas Vieira | – | 1 | – | – | – | – | |
Luís Onmura | – | – | 1 | – | – | – | |
Walter Carmona | – | – | 1 | – | – | – | |
1970 | Chiaki Ishii | – | – | 1 | – | – | 1 |
Walter Carmona | – | – | – | – | – | 1 |